Feedforward, foco no positivo e mapeamento de percepções positivas são inovações na moderna gestão estratégica de RH que vêm para alterar uma realidade organizacional onde apenas 3 em cada 10 funcionários se sentem 100% engajados no trabalho e onde somente 21% acreditam que sua performance está sendo corretamente medida e gerenciada pela empresa de forma que o motive a realizar entregas melhores.
Organizações investem tempo e recursos na tentativa de manter todos seus colaboradores engajados na busca de bons resultados empresariais atuando com base nos seus valores e criando um ambiente saudável, criativo e que favoreça a resolução de problemas de maneira cortês e integradora. Algumas ferramentas são utilizadas para que essa perspectiva seja contemplada, em destaque, a avaliação de desempenho 360 graus. Esta, via de regra, traz consigo vícios que dificultam ou mesmo impedem que tudo ocorra conforme o planejado, alguns destes podem ser a sua realização estática normalmente uma vez ao ano, a dificuldade de gerar um processo aberto de feedback entre avaliado e avaliador, o fato de dar exagerado enfoque em pontos negativos e ainda uma certa indefinição sobre a responsabilidade pela melhoria esperada deixando o desenvolvimento individual sempre sob a tutela da empresa.
Com base no descrito, o binômio avaliação estática de desempenho/feedback cada vez mais sai de cena dando espaço ao mapeamento dinâmico de percepções/feedforward.
Hoje em dia, pessoas vivem num ambiente dinâmico e não querem aguardar 365 dias para saber onde estão na organização, o que fizeram de bom (que pouco se fala) e o que fizeram de ruim (que muito se fala), além disso, inconscientemente, todas as pessoas buscam reconhecimento pelas suas ações positivas e tendem a repeti-las desde que a conheçam, algo diametralmente oposto ao comentários negativos onde pessoas tendem a ser reativas e questionadoras. Ao focar nos aspectos positivos, avalia-se os gaps pela ausência do positivo e não pela ênfase no negativo, o que muda totalmente a visão da análise. Fomos aculturados para olhar o negativo e a mudança de paradigma é focamos no que fazemos bem e reconhecidamente somos bons!
Deve-se também retirar da pauta o termo avaliação (de aspectos negativos) e incorporar o termo registro de percepção (de aspectos positivos) que aliado a uma sistemática de dimensionamento de gaps para a posição de alta performance mostra ao colaborador onde ele está e o que deve fazer para evoluir para o próximo estágio em “real time”.
Trazer a perspectiva sistêmica para a empresa, que permite enxergar a empresa como um todo avaliando a contribuição individual e identificando as variáveis que podem contribuir com os resultados empresarias, integram as diversas facetas da atuação profissional, além de expressar transparência, respeito, desenvolvimento aos indivíduos, com foco na contribuição de cada membro do time de trabalho.
Quando tratamos dessa perspectiva estamos focando nas dimensões de conhecimento, ação e conexão, aspectos extremamente relevantes para a geração de resultados, as quais favorecem a sustentabilidade empresarial.
O registro de percepções nas interações profissionais, traz essa dinâmica inovadora, bastante aderente ao perfil das novas gerações, que buscam resultado rápido e retorno sobre suas ações quase de maneira instantânea.
O enfoque no positivo é uma grande mudança de paradigma, uma vez que devemos focar o olhar na contribuição do outro, ou seja, no que ele faz e não no que ele não fez. Psicologicamente, o reforço positivo aumenta a probabilidade da incidência do comportamento de uma forma simples, o reconhecimento traz motivação quando uma determinada pessoa faz algo com maestria. Para melhor entendimento deste aspecto imagine que você está à frente de um grande projeto e que seu líder, além de direcioná-lo, estimula sua contribuição com palavras motivadores, como: “Você é muito importante para o sucesso deste projeto”, “Esta sua ideia será de grande contribuição para o projeto” ou mesmo “Sua liderança está sendo um exemplo para empresa”, “seus pares têm elogiado seu engajamento”. Estes estímulos quando aplicados na medida certa, são muito importantes para a autoestima tanto profissional quanto pessoal.
Esses processos podem ganhar maior efetividade com o uso de plataformas digitais para operacionalização e tratamento de dados, possibilitando os resultados em “real time”, atendendo a dinâmica necessária a esse processo. A evolução na gestão de pessoas passa pela integração da área comportamental com a área de tecnologia viabilizando soluções criativas e inovadoras, com grande potencial de agregação de valor ao negócio.